Cada caso é um caso e este é o meu:
Sempre que vemos uma grávida desejamos-lhe uma hora pequenina e que não sofra muito, mas minhas amigas o pior, o pior é o pós-parto e quase ninguém fala.
Durante nove meses somos o centro das atenções da família, do grupo de amigos, temos prioridade nas filas do supermercado e mesmo gordinhas, todos nos acham um encanto.
Vivi uma gravidez com alguns sustos, mas no final tudo correu bem. Pensava muito no parto, como ia ser, se íamos sofrer muito, pensava demais até.Confesso não foi pêra doce, mas o pior foi mesmo o depois, o pós-parto.
Tive uma cesariana complicada, um corte maior que o normal, muitos pontos e isso limitou-me muito a nível de mobilidade. Dormi um mês sentada e andar era tarefa difícil.
Ao fim de oito dias de vida do S., desenvolvi uma mastite, nunca tinha ouvido falar em tal nome pomposo, mas a verdade é que doía horrores. Foram as piores dores da minha vida, ainda hoje quando penso, sinto no peito a dor e fico com os olhos em lágrimas. As mastites foram dolorosas, tive sete em seis meses, a quantidade de leite era tal que encaroçava e desenvolvia as mastites. Cada mamada do S. era um sofrimento para mim, com um pano na boca pedia a todos que se retirassem do quarto e quando ele pegava era um tormento, depois passava mas custava muito.
No entanto, mamou em exclusivo até aos seis meses(contra tudo e todos) o que para mim foi uma vitória sofrida, um dever cumprido, um orgulho.
Nunca tinha ouvido falar em mastite até então. Fiz curso de preparação para o parto, falei com inúmeras mamãs e profissionais de saúde, li imenso e nunca ouvi tal nome. Por isso, futuras mamãs preparem-se porque as mastites são muito normais nos primeiros meses (eu sou um caso raro) mas depois de controlado o leite é uma maravilha e uma saúde para qualquer bebé, não desistem.
E sim, houve uma altura que me senti uma vaca,não fiquem chocadas porque é mesmo assim que todas nos sentimos. Era leite por todos os lados da casa, toda a roupa tinha leite e eu cheirava a leite. Era normal e brincava com a situação de "ser literalmente uma vaca".
As noites em branco foram complicadas. Ia preparada mas o cansaço inicial foi difícil. Debilitada e doente, dormir poucas horas de noite mexeram comigo. Valeu-me o meu marido e a minha mãe.
O corpo modificou, ganhei uma barriga de falsa grávida e uma flacidez anormal.A auto-estima baixou mas não desesperei, alimentei-me bem e inscrevi-me no ginásio e hoje até estou melhor do que antes de engravidar. Com calma, tudo voltou ao normal.
O meu pós-parto foi complicado, mas sobrevivi :)
Termino este post com um beijinho especial a todas as futuras mamãs, muita força :)